21 setembro 2012

Ser freelancer: a adaptação à vida de um profissional liberal

Já completei 6 meses de vida de profissional liberal e ainda estou viva.
Tenho quase receio de dizer que está tudo a correr lindamente e que estou com mais trocos no bolso agora do que dantes, porque já sabemos como actuam os deuses do azar.
Ser freelancer significa, em primeiro lugar e sobretudo, ser livre. Livre para escolher como usar o meu tempo da forma que me convém. Não sendo eu uma pessoa particularmente disciplinada, aqui reside o meu grande desafio.

Descrição do meu modus operandi actual:

- vivo ao sabor do meu volume de trabalho: se tenho projectos de tradução urgentes, levanto-me às 6h00 da manhã e deito-me às 3h00 da madrugada.
- ainda não encontrei a agenda perfeita: vou alternando entre o Google Calendar, a minha agenda em papel (que continuo a teimar em comprar todos os anos, embora em Fevereiro já mal toque nela), o calendário do iPhone, uma app toda XPTO de organização pessoal e um ficheiro excel onde vou introduzindo os projectos, seja profissionais, seja pessoais. Enfim, uma confusão.
- na maioria dos dias durmo até tarde. Se, por um lado, estou a dar rédea livre à minha condição de noctívaga, por outro lado ganho frustração, porque se há coisa de que gosto é levantar-me cedo, apanhar no rosto o fresco da manhã e chegar às 11h00 já com uma série de coisas riscadas da minha to-do list diária.
- para compensar a solidão a nível laboral, saio quase todas as noites: felizmente tenho um leque vasto de amigos que me permite tomar café ou jantar com uma pessoa diferente todos os dias da semana. Mas até isso cansa: quando tornamos os momentos de lazer/sociais demasiado frequentes, estes no plano geral acabam por perder o tom especial.
- não tenho regras e não ter regras é o primeiro passo para o descalabro, físico e mental.

Descrição do meu modus operandi ideal: 

- a Lily Braun, a freelancer perfeita, levantar-se-ia todos os dias às 7h30. Comeria o pequeno-almoço em casa e a bica matinal na rua. Iria para o escritório que adora logo de manhã cedo, sem que os seus colegas, também eles freelancers, gozassem com ela por aparecer normalmente por volta das 12h00 no espaço de trabalho;
- teria uma agenda única onde organizaria o seu tempo de modo equitativo: a sua vida social, as suas idas ao ginásio e os passeios de bicicleta em Belém, o seu trabalho, o seu blogue pessoal e o blogue profissional e um espaço de manobra para os encontros inesperados;
- Pronto, estes dois pontos já me deixariam muito satisfeita.

É, acima de tudo um work in progress, por isso estes serão os objectivos para o próximo semestre.


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