24 setembro 2012

O primeiro domingo de Outono


Morando a um minuto do Rossio, ganhei o hábito de ir todos os domingos à Papelaria Tema (na Avenida da Liberdade) gastar uma pequena fortuna em revistas e jornais, que é um dos meus grandes prazeres.
Uma vez por mês, largo 14 euros para comprar a revista da Oprah e, consoante os temas de capa, vou comprando a Monocle, Intelligent Life, as Elle, Vogue e Glamour internacionais e algumas publicações portuguesas. Não falho o DN ou JN, porque a Notícias Magazine (o suplemento que sai aos domingos) é uma das minhas revistas portuguesas preferidas.
Ontem comprei a Glamour italiana, uma revista femininas que deixa as suas congéneres portuguesas a anos-luz de distância. Tem sempre excelentes artigos sobre carreira (e não aqueles artigos estúpidos que lemos na Cosmopolitan portuguesa do tipo "O que fazer quando o meu patrão se atira a mim?"), sobre tecnologia, sobre exemplos de mulheres que se distinguem em alguma área e, obviamente, o normal: moda, sexo, maquilhagem, etc. É uma excelente revista.
Depois, não podia perder a Monocle - aliás, nenhum português deveria perdê-la este mês: o grande tema de capa é dedicado aos motivos que tornam a língua portuguesa a nova língua de poder no mundo. Vale os 8 euros, para quem tiver interesse sobre o tema. Ainda só li uma página, mas acabo esta semana. Espero. Comprei a LuxWoman porque estava curiosa com a entrevista da Joana Santos (é boa actriz, a gaja!) e porque gosto sempre dos temas da rentrée. Mas, à semelhança de outras publicações nestes últimos meses, como a Activa, traz erros de paginação, pelo que tenho umas 10 páginas comidas e a entrevista com a Joana ficou a meio. Inadmissível este tipo de erros.

Portanto, não, não fico triste com a despedida do Verão. Gosto do fresquinho, da ideia de me sentar no starbucks a beber um chá quente e a ler revistas. Até que o rabo me doa.


21 setembro 2012

Roma, Woody Allen e os franchisings


Comentava-se esta manhã no Facebook, numa bela e animada conversa, que o Woody Allen agora só fazia franchisings. Ou seja, filmes por encomenda, criados propositadamente para um determinado cliente/estado/produtora. 

Se os filmes do Woody Allen são sempre filmes do Woody Allen e, por isso, dignos de algum crédito, também é verdade que, por vezes, filmes com desfiles de muitas estrelas de cinema juntas normalmente significam merda. Não consigo tirar da cabeça filmes do tipo "New Year's Eve" e "Valentine Day" de tão maus que foram. A sorte é que as carreiras do De Niro, Hillary Swank e outros actores de excelente reputação não ficam afectadas com estes...deslizes.

Ontem fui ver Para Roma com Amor. E esclareçamos já uma coisa: sou a maior defensora de Itália que existe. Morei no país transalpino durante 3 anos, conheci muitas cidades, muitas realidades e muitas pessoas. E se, à partida sou contra a romantização excessiva dos italianos e da Itália, em geral, é um país muito especial. Tem o Roberto Benigni, tem a Sofia Loren, tem o Ferrari e a Ferrero, tem a ópera, tem a pizza, tem o Lago de Como e tem mar, neve e campo, tudo em perfeita harmonia. Sim, eu sei disso. 

Talvez a minha veia crítica aguda estivesse particularmente excitada ontem, mas não fiquei encantada com o novo filme do Woody Allen. À parte da metáfora sobre as celebridades instantâneas, que é uma realidade muito forte em Itália (eles já estão no Big Brother 13, imaginem, e em cada um deles saem novas celebridades que povoam as revistas durante anos), interpretada de forma tolinha pelo Benigni, o filme não trouxe nada de novo ao meu coração. Claro que há uns planos de imagem bonitos, um pôr-do-sol alaranjado e romântico sobre as igrejas com muitos séculos...mas o meu cerebrozinho não absorveu muito mais. Nem o fogo da Penélope Cruz serviu para salvar o filme.

Mas vá, não fiquem chateados comigo: vão ver o filme e depois partilhem as opiniões!


Ser freelancer: a adaptação à vida de um profissional liberal

Já completei 6 meses de vida de profissional liberal e ainda estou viva.
Tenho quase receio de dizer que está tudo a correr lindamente e que estou com mais trocos no bolso agora do que dantes, porque já sabemos como actuam os deuses do azar.
Ser freelancer significa, em primeiro lugar e sobretudo, ser livre. Livre para escolher como usar o meu tempo da forma que me convém. Não sendo eu uma pessoa particularmente disciplinada, aqui reside o meu grande desafio.

Descrição do meu modus operandi actual:

- vivo ao sabor do meu volume de trabalho: se tenho projectos de tradução urgentes, levanto-me às 6h00 da manhã e deito-me às 3h00 da madrugada.
- ainda não encontrei a agenda perfeita: vou alternando entre o Google Calendar, a minha agenda em papel (que continuo a teimar em comprar todos os anos, embora em Fevereiro já mal toque nela), o calendário do iPhone, uma app toda XPTO de organização pessoal e um ficheiro excel onde vou introduzindo os projectos, seja profissionais, seja pessoais. Enfim, uma confusão.
- na maioria dos dias durmo até tarde. Se, por um lado, estou a dar rédea livre à minha condição de noctívaga, por outro lado ganho frustração, porque se há coisa de que gosto é levantar-me cedo, apanhar no rosto o fresco da manhã e chegar às 11h00 já com uma série de coisas riscadas da minha to-do list diária.
- para compensar a solidão a nível laboral, saio quase todas as noites: felizmente tenho um leque vasto de amigos que me permite tomar café ou jantar com uma pessoa diferente todos os dias da semana. Mas até isso cansa: quando tornamos os momentos de lazer/sociais demasiado frequentes, estes no plano geral acabam por perder o tom especial.
- não tenho regras e não ter regras é o primeiro passo para o descalabro, físico e mental.

Descrição do meu modus operandi ideal: 

- a Lily Braun, a freelancer perfeita, levantar-se-ia todos os dias às 7h30. Comeria o pequeno-almoço em casa e a bica matinal na rua. Iria para o escritório que adora logo de manhã cedo, sem que os seus colegas, também eles freelancers, gozassem com ela por aparecer normalmente por volta das 12h00 no espaço de trabalho;
- teria uma agenda única onde organizaria o seu tempo de modo equitativo: a sua vida social, as suas idas ao ginásio e os passeios de bicicleta em Belém, o seu trabalho, o seu blogue pessoal e o blogue profissional e um espaço de manobra para os encontros inesperados;
- Pronto, estes dois pontos já me deixariam muito satisfeita.

É, acima de tudo um work in progress, por isso estes serão os objectivos para o próximo semestre.