01 agosto 2012

Ser freelancer em Portugal


Antes de me tornar freelancer, eu trabalhava como gestora de projectos numa empresa de tradução em Lisboa. O trabalho é mais ou menos o equivalente ao trabalho de um account numa agência de publicidade: eu estava em contacto com os clientes, orçamentava os projectos de tradução, depois encontrava o tradutor e o revisor adequado para aquele projecto e era responsável por assegurar a qualidade final do mesmo, entregando-o no final ao cliente. É uma função cansativa e esgotante: escreve-se cerca de 50-100 e-mails por dia, lida-se com todo o tipo de pessoas, temos de ser problem-solvers. Sim, porque há sempre aquele tradutor que não entrega o trabalho na hora marcada porque "esteve no hospital a noite toda e depois vomitou e depois alguém lhe deu um tiro na mão direita e ele não podia teclar nem completar o trabalho". Pois, parece que estas coisas acontecem. 
Depois de 2 anos e 3 meses a resolver os problemas dos outros - e de conciliar esta actividade com o trabalho de tradutora freelancer em casa - decidi que era hora de experimentar e arriscar, dedicando-me ao freelancing. Para além de tradutora, faço alguns projectos de voz-off. E, sobretudo, gostava de ter mais tempo para novos desafios: estudar jornalismo, fazer mais cursos de escrita, dedicar-me ao meu álbum, aprender a tocar viola, etc. Sou uma pessoa que gosta e precisa de fazer muitas coisas e, definitivamente, isso não se coaduna com a filosofia de um trabalho de escritório.

Nos próximos dias - pois, quero render o peixe - vou debruçar-me um pouco mais sobre este assunto, focando os seguintes pontos, de acordo com a minha experiência:

- Como tomar a decisão?
- A adaptação à vida de um profissional liberal
- Aspectos positivos e negativos (não os clichés que se lê nos blogues de produtividade)
- Como conjugar e distinguir o plano pessoal do profissional?

4 comentários:

  1. Aqui está uma série de artigos que vou ler com muita atenção. ;-)

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  2. Argh, nunca conseguiria ser PM. Ou melhor, fui durante um par de anos, mas não é mesmo para mim isso de, como tu dizes, «resolver os problemas dos outros». E eu só tinha um cliente, mas os egos das tradutoras (muito estrogénio junto dá sempre asneira, não me tentem convencer do contrário) e as mil e uma desculpas rocambolescas (por mais verídicas que fossem) para os incumprimentos deixavam-me possessa.
    Não nasci mesmo para ser «chefe»! Se faço asneira, respondo por isso. Mas responder pelas dos outros puxa-me pela mola.
    Kudos!

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Não desafinem, pode ser?