31 julho 2012

O cansaço patrocinado pela Nestlé

Durante os últimos 5 anos conjuguei sempre duas actividades laborais: o meu trabalho de dia (em empresas menores ou maiores, sempre muito atarefadas) e o meu trabalho como tradutora freelancer nas horas livres. À medida que o tempo foi passando, o volume de trabalho na área da tradução foi aumentando e o tempo efectivamente livre foi escasseando. 
Deixou de ser uma ou duas noites por semana a trabalhar até à 1 ou 2 da manhã. Começaram a ser quatro ou cinco. Se por acaso queria jantar fora num dia ou noutro, deixava o trabalho para o fim-de-semana. De noites de trabalho ocasionais a uma total ocupação do meu dia-a-dia foi um pulo. Para me manter acordada, as bolachas, chocolates e o café desempenharam um papel fundamental. Ainda pensei em ser fumadora: sempre achei uma grande pinta às fotografias dos escritores e intelectuais boémios sentados em frente de uma máquina de escrever, tudo muito vintage, como manda o figurino. Mas não sei travar por isso tive de desistir logo da ideia. Portanto, restavam-me as bolachas e o café. As bolachas tive de as abandonar pois o meu rabo não parava de crescer, mas o café manteve-se o meu grande amigo.
A partir do momento em que me tornei freelancer, as noitadas já não são tão frequentes. De qualquer forma, como tenho uma forma muito peculiar de lidar com os prazos dos meus projectos (leia-se: dá-me adrenalina trabalhar à justinha, mesmo antes da deadline), por vezes lá faço as minhas loucuras: deitar-me às 4 da manhã ou levantar-me às 6 e trabalhar antes de ir para o escritório. 
Nos últimos meses tenho notado que, ao contrário dos tempos em que trabalhava em duas actividades (chegando a maratonas de 16 horas diárias), ando com pouca energia. Durmo 7-8 horas por dia, tenho menos tensão e mesmo assim andava mole. Mesmo tomando doses industriais de café.
Hoje, ao substituir o frasco de Nescafé da prateleira da cozinha, deparo-me com esta assustadora realidade:


Ou seja, tenho andado a beber descafeinado nos últimos meses. WTF?


4 comentários:

  1. Desculpa, tive de rir!
    É um momento "duh", né? ;-)

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  2. Completamente! Estou parva ainda com esta gaffe. :)

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  3. O lado positivo é que podes colocar de parte qualquer ideia de doença que pudesse ter passado pela ideia :)

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Não desafinem, pode ser?